Primeiros registros da Cannabis
Shen Nung é um lendário imperador chinês que é creditado como o inventor da agricultura e da medicina chinesa. Ele é considerado uma figura histórica importante e é mencionado em muitas fontes históricas e lendas.
Uma das lendas mais conhecidas envolvendo Shen Nung é que ele teria descoberto as propriedades medicinais da Cannabis. Segundo a lenda, Shen Nung era um médico experiente que procurava por plantas medicinais que pudessem aliviar o sofrimento humano.
Ele teria experimentado várias plantas e ervas em si mesmo para ver seus efeitos.Em uma ocasião, Shen Nung teria experimentado a Cannabis em si mesmo e descoberto suas propriedades medicinais.
Ele teria notado que a planta poderia ser usada para aliviar a dor e para tratar várias doenças.
A lenda diz que ele teria registrado suas descobertas em um livro de ervas medicinais, que se tornou uma referência para a medicina chinesa. Acredita-se que a lenda da descoberta das propriedades medicinais da Cannabis por Shen Nung tenha surgido em torno do século I a.C.
É difícil dizer o quanto dessa história é verdadeira e o quanto é mito.O que sabemos com certeza é que a Cannabis tem sido usada na medicina chinesa há milhares de anos e é considerada uma das 50 plantas fundamentais da medicina tradicional chinesa.
Os egípcios utilizavam a cannabis para fins medicinais
Há evidências também de que os antigos egípcios utilizavam a cannabis para fins medicinais.
Os antigos egípcios escreviam em papiros medicinais que datam de cerca de 1550 a.C. que a cannabis era usada para tratar uma variedade de doenças, incluindo dores de cabeça, dores de estômago e inflamações.
Um dos papiros medicinais mais famosos que mencionam o uso da Cannabis é o Papiro de Ebers, que é um dos mais antigos e bem preservados papiros médicos egípcios.
Ele data de cerca de 1550 a.C. e contém mais de 800 receitas médicas, muitas das quais usam a Cannabis como ingrediente. O papiro descreve o uso da Cannabis em vários remédios, incluindo um ungüento para tratar a inflamação dos olhos e um supositório para aliviar o desconforto da bexiga. Acredita-se que os antigos egípcios fumavam a Cannabis em cerimônias religiosas para induzir estados de transe e comunicação com os deuses.
Primeiras evidências em humanos da Cannabis
As primeiras evidências do uso humano da Cannabis datam de cerca de 10.000 a.C., quando os agricultores asiáticos começaram a cultivar a planta para fins alimentares e medicinais.
Acredita-se que as sementes de Cannabis tenham sido usadas como alimento e como fonte de óleo para a iluminação.
Ao longo dos séculos, a Cannabis se espalhou por todo o mundo e foi cultivada por muitas culturas diferentes por diversos fins. Na Índia, por exemplo, a Cannabis tem sido usada por séculos como parte da religião hindu e na medicina ayurvédica.
O médico irlandês William B. O’Shaughnessy é considerado um dos primeiros cientistas a realizar estudos clínicos sobre os efeitos medicinais da cannabis em seres humanos e animais.
Em meados do século XIX, O’Shaughnessy foi um dos primeiros médicos a trazer a cannabis para a atenção da comunidade médica ocidental.
Em 1839, O’Shaughnessy publicou um artigo intitulado “Sobre a Preparação do Haxixe Indiano, ou Gunjah”, no qual ele descreveu as propriedades da cannabis e seus efeitos medicinais. Ele observou que a cannabis era eficaz no tratamento de várias condições, incluindo espasmos musculares, dor, cólicas e convulsões.
O’Shaughnessy também realizou estudos clínicos com pacientes humanos e animais para testar os efeitos da cannabis em várias condições.
Ele relatou casos de sucesso no tratamento de espasmos musculares em pacientes com tétano e cólera, bem como no alívio da dor em pacientes com reumatismo e gota.
O’Shaughnessy realizou experimentos com animais, incluindo cães e coelhos, para investigar os efeitos da cannabis em condições como convulsões e tetania.
Ele observou que a cannabis era eficaz em reduzir a gravidade e a duração das convulsões em animais. Os estudos de O’Shaughnessy sobre a cannabis foram importantes na introdução da planta para a medicina ocidental e na compreensão dos seus efeitos medicinais. Seu trabalho influenciou muitos outros cientistas e médicos a estudar a cannabis e seus efeitos, tanto positivos quanto negativos.
As Boticas e a Cannabis
As boticas eram estabelecimentos que vendiam medicamentos e produtos de saúde, e a cannabis era uma das plantas mais comuns comercializadas nesses locais.
No século XIX, a cannabis era utilizada na medicina popular para tratar uma variedade de condições, incluindo dores, insônia, ansiedade e até mesmo cólera.
Os extratos de cannabis eram frequentemente misturados com outros ingredientes para produzir remédios, como xaropes, loções e tônicos.
Com o início da proibição da cannabis no início do século XX, a venda e o uso da planta foram criminalizados, e muitas das boticas que vendiam produtos à base de cannabis foram fechadas.
A partir de então, a cannabis foi estigmatizada como uma droga recreativa e seu uso medicinal foi amplamente ignorado ou desacreditado pela comunidade médica e pelas autoridades reguladoras.
Proibição da Cannabis
A proibição da cannabis nos Estados Unidos começou no final da década de 1910 e início da década de 1920, quando os estados começaram a passar leis que proibiam a venda e o uso da planta.
Em 1937, a Lei de Impostos sobre a Cannabis foi aprovada pelo Congresso dos EUA, efetivamente proibindo o uso da cannabis em nível federal.
A partir daí, a campanha contra a cannabis se intensificou e muitos estereótipos e mitos foram criados em torno da planta, contribuindo para a sua demonização e criminalização.
Em 1970, a Lei de Substâncias Controladas foi aprovada, classificando a cannabis como uma substância de Classe I, o que significa que é considerada altamente viciante e sem valor médico reconhecido.
Essa classificação federal ainda está em vigor hoje em dia, apesar de muitos estados terem legalizado o uso medicinal e/ou recreativo da cannabis nos últimos anos.
Hoje em dia, a Cannabis é cultivada em muitos países ao redor do mundo, tanto legal quanto ilegalmente.
Ela é amplamente utilizada para fins medicinais e recreativos, bem como para a produção de roupas, alimentos, cosméticos e muitos outros produtos.
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